IBM e Amazon disputam contrato de US$ 600 milhões da CIA para fornecer sistema de nuvem

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Em meio a polêmica gerada após revelação de que o governo americano mantém um programa ultrassecreto de espionagem de e-mails, redes sociais e ligações telefônicas, o Prism, e de um possível  envolvimento de empresas de internet, a IBM e a Amazon travam uma disputa feroz por um contrato de mais de US$ 600 milhões para fornecer um sistema de computação em nuvem à CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos.

Segundo o The Wall Street Journal, a IBM já fornece computadores, software e know-how aos serviços de inteligência e militar do país, e agora a Amazon quer entrar na corrida, atraída pelo contrato milionário. "A oportunidade no governo federal é enorme", declarou o vice-presidente da unidade de computação em nuvem Amazon Web Services, Adam Selipsky.

Inicialmente, a CIA havia escolhido a Amazon como fornecedora dos serviços em nuvem, mas o Escritório de Prestação de Contas do Governo dos EUA (GAO, na sigla em inglês), recomendou que as negociações fossem reabertas, reconsiderando a IBM. A agência tem 60 dias para decidir se irá ou não negociar com as duas empresas.

Os gastos com tecnologia da informação do Departamento de Defesa americano, que gerencia muitos dos recursos de inteligência do país, chegaram a US$ 35 bilhões no ano passado, passando por grandes empresas de tecnologia e prestadoras de serviços, entre elas a HP.

A computação em nuvem, combinada com ferramentas de análise de dados, permitiu que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, (NSA, na sigla em inglês) coletasse dados de comunicações em busca de pistas sobre possíveis ataques terroristas no programa de vigilância que foi revelado na semana passada pela imprensa internacional. Os jornais inglês The Guardian e o americano The Washington Post divulgaram que, por conta desse programa, a NSA e o FBI têm acesso livre a central de servidores de nove companhias de internet americanas, entre elas Microsoft, Yahoo, Facebook, Skype, YouTube, Apple, PalTalk, AOL e Google.

A revelação levantou mais dúvidas sobre o papel das empresas de tecnologia em programas de espionagem relacionados à segurança nacional. As empresas acusadas de participação no Prism negaram fornecer livre acesso aos dados de usuários ao governo e na última terça-feira, 11, o Google, a Microsoft e o Facebook pediram permissão para divulgar os números totais de solicitações de segurança nacional, incluindo as revelações da Fisa (sigla em inglês para Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira).

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