Apesar de reconhecerem a força e a influência do Twitter, hoje com mais de 200 milhões de usuários ativos mensais no mundo, anunciantes da rede de microblogs nos Estados Unidos estão recorrendo a comparações com o Facebook, para muitos inevitáveis, para avaliar a penetração de seus anúncios online. Alguns, embora considerem até mesmo aumentar os gastos com publicidade no Twitter, dizem abertamente que a rede social de Mark Zuckerberg tem "mais peso".
Várias empresas que anunciam no Twitter dizem que 200 milhões de pessoas não é um público tão grande, numa mensagem indireta à empresa, que confirmou no mês passado que fará sua oferta pública inicial de ações (IPO), por meio da qual espera levantar US$ 1 bilhão. O pior, boa parte desses anunciantes avalia que os serviços de mensagens curtas (SMS) têm significativamente mais usuários e uma maior força de vendas no mercado de massa.
"Escala ainda é importante", diz Adam Shlachter, vice-presidente sênior de mídia da DigitasLBi, agência digital pertencente ao grupo Publicis, uma das maiores agências de publicidade do mundo. Este justamente é o problema apontado por analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal: parece que há mais pessoas falando sobre o Twitter do que usando.
Quando entrou com o pedido de IPO na Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, o Twitter informou possuir 218 milhões de usuários ativos mensais. Isso é menos de um quinto do rival Facebook, que tem 1,15 bilhão de usuários no mundo. Hoje, cerca de 22% dos internautas dos EUA estão no Twitter, de acordo com a Forrester Research. Numa comparação, 72% verificam o Facebook pelo menos uma vez por mês.
Os analistas avaliam que é uma questão problemática para o Twitter, que depende fortemente de anunciantes para ganhar dinheiro. A publicidade é responsável por cerca de 85% da receita da rede de microblogs, que no ano passado foi de US$ 317 milhões, de acordo com o protocolo de análise de seu IPO arquivado na SEC. A título de comparação, o Facebook registrou US$ 4,3 bilhões de receita com publicidade no ano passado. Isso tudo, deixam transparecer, não é um bom sinal para o sucesso do IPO.