Temos hoje duas traduções no ambiente corporativo para CIO: o Chief Innovation Officer ou Chief Information Officer. Particularmente prefiro a utilização da primeira, pois o "Diretor de Tecnologia da Informação", além de manter a operação e suportar tecnologicamente o negócio, precisa olhar para o que pode ser feito melhor e mais rapidamente. E isso vem através da inovação.
A todo instante, novas tecnologias batem a nossa porta prometendo a melhor solução e praticidade para o nosso dia a dia. Mas quando e onde inovar?
Essa resposta vem muito mais do olhar no negócio do que na tecnologia em si, pois a inovação deve vir da tecnologia PARA o negócio e EM PROL dele. Deve haver um alinhamento da tecnologia com o momento atual da empresa para que a inovação seja aproveitada ao máximo e proporcione o resultado esperado.
Vejo muitos executivos buscando altas soluções tecnológicas a fim de estar sempre à frente como solução, porém com poucos resultados. Mas qual a real efetividade desse valor empregado? Qual o resultado dessa nova tecnologia? Quanto ser pioneiro tecnologicamente em soluções é bom para o negócio?
A resposta deve ser obtida através do cruzamento das informações da tecnologia empenhada com o ROI (Retorno Sobre Investimento). Isto é, qual foi o retorno no faturamento com a tecnologia investida? Assim é possível identificar se a nova tecnologia foi focada em tecnologia por si só ou com foco no negócio, já que a tecnologia deve ser implantada para inovar o negócio e incrementar o faturamento.
A lição diária do CIO é olhar o negócio e saber qual inovação pode melhorar o processo, as pessoas, produtos e/ou serviços, e nem sempre essa inovação vai estar diretamente ligada a um servidor, a um produto na nuvem, a uma nova versão do ERP, etc. Muitas vezes o "inovar" deve ser na forma de fazer, pensar e agir. O "pensar fora da caixa" pode trazer uma inovação ao negócio sem qualquer tecnologia envolvida. Muitas vezes mudanças de pequenas peças, de pessoas, processos e horários podem trazer a inovação que o negócio precisa para alavancar o faturamento.
Agora, se a decisão da implantação de uma inovação tecnológica já foi tomada, antes de ser implantada deve responder a três questões:
1. Quais resultados quantitativos e qualitativos essa inovação trará para o negócio?
2. A empresa tem maturidade para utilização dessa inovação? É o momento?
3. Meus concorrentes utilizam essa tecnologia? Se não, será pioneirismo ou cobaia?
Com essas três respostas o CIO terá maior assertividade da empregabilidade da inovação ao negócio, bem como mostrar todo o valor agregado ao CEO, podendo comprovar mais acertadamente as sua decisão como defesa da inovação sugerida. Ideias e inovações precisam ser vendidas!
Mas não acaba por aí. Após aprovação do CEO, o trabalho do CIO não acaba. Ele precisa vender a inovação ao resto da corporação e sempre informar o status do andamento do projeto e, após implantado, voltar ao CEO e mostrar os resultados da implantação no médio e longo prazo. Isso gera credibilidade e confiança ao que foi inovado, abrindo as portas para novas inovações!
Inovar é preciso, desde que seja também bem aproveitado.
Renato Lopes, gestor da área de TI, palestrante e professor universitário.
Renato,
Concordo em parte, com sua reflexão ! Minha discordância vai em:
a) quando você associa Inovação a ser feito melhor e mais rapidamente "…precisa olhar para o que pode ser feito melhor e mais rapidamente". Nem sempre Inovar estará associado a uma resposta rápida, na Construção, e o Time TO Market deve ser considerado.
b) quando indica Inovação com uma única via – "novação deve vir da tecnologia PARA o negócio e EM PROL dele"! Inovação pode ser em Negócio (e neste caso TI, como meio, tem que garantir o Negócio – de forma tradicional ou com Inovação também) e a Inovação pode ser em TI (trazendo uma nova forma ou uma forma melhor, de se fazer o que se faz hoje). É TI inovando o Negócio e o Negócio inovando (com ajuda de TI ou sem a ajuda de TI).
c) quando condena a própria Inovação – " altas soluções tecnológicas a fim de estar sempre à frente como solução, porém com poucos resultados". Inovar é um Oceano Azul, que pode trazer bons ou maus resultados. Inovar não garante só sucesso (infelizmente), podendo também trazer o fracasso. Quem Inova corre o risco !
d) sinaliza novas tecnologias para aumentar faturamento – "…a tecnologia deve ser implantada para inovar o negócio e incrementar o faturamento". Muitas vezes uma tecnologia é Commodity e deve ser considerada para manter a competitividade, que pode ou não aumentar o faturamento, neste caso dependendo da estratégia empresarial.
A demais está ótimo !
Forte abraço e sucesso.
Obrigado pela sua contribuição Vicente, os apontamentos são sempre muito enriquecedores, para contribuir um pouco mais…
a) Concordo contigo sobre o Time to Market, mas o mercado não para e acredito que vai depender muito de como está a concorrência para saber se temos esse tempo ou não.
b) Isto se torna mais fácil quando TI é o Core business! O garantir deve ser o seu dia a dia, a inovação deve vir para melhor a garantia do negócio.
c) Quando nadamos nesse oceano azul precisamos saber se tem tubarão ou se posso me machucar em arrecifes, parafraseando a metáfora acima, o risco sempre há, mas deve ser calculado para que a chance de fracasso seja mínima.
d) Certeza que TI deve estar muito bem alinhada a estratégia da empresa, e em algum cenário commodity seja necessário, mas muito mais como OPEX do que como CAPEX, vai realmente depender do que a empresa entende como inovação e poderá trazer como visão.
Grande abraço e muito sucesso