SUS de Blumenau utiliza prontuário eletrônico para melhorar atendimento

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Diante da necessidade de melhorar o atendimento da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do município catarinense de Blumenau, a Secretaria de Saúde desenvolveu, entre 2010 e 2011, e implantou, em 2012, um projeto de gestão baseado em prontuário eletrônico. Denominado Pronto, o sistema, desenvolvido em parceria com a Universidade Regional de Blumenau (Furb), recebeu investimento inicial de cerca de R$ 2 milhões da Prefeitura de Blumenau e visa melhorar a qualidade de atendimento ao cidadão com a unificação de todo o processo de cadastramento, agendamento de consultas, e digitalização dos dados dos pacientes.

Em palestra proferida na 4ª edição do Fórum Saúde Digital, evento promovido pela revista TI INSIDE, que ocorre nesta quarta-feira, 14, o  professor titular da Furb Mauro Marcelo Mattos, que também coordena o Laboratório de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia (LDTT), destacou que desde a implantação do projeto piloto do sistema na unidade de estratégia de saúde da família, cerca de 120 mil receitas médicas foram processadas e mais de 50 mil usuários foram atendidos. Sete farmácias já utilizam o Pronto e a projeção é que entre sete e 10 unidades de saúde estejam com o sistema implantado até o fim de outubro.

Durante a apresentação, Mattos disse que o desafio do projeto foi a comunicação entre as unidades. "Tivemos que desdobrar uma solução de link para colocar a segunda unidade. O maior problema foi a replicação do banco de dados, então criamos um sistema de replicação e viabilizamos a solução de entrada em campo em ambiente hostil do ponto de vista de tecnologia. Agora temos o prontuário na nuvem e todas as unidades representadas com a replicação de banco de dados", explicou o professor. "Gestão de saúde pública, prontuário eletrônico e nuvem na saúde pública é um desafio que requer investimentos maciços."

O convencimento e humanização das pessoas que iam trabalhar com o piloto foi outro desafio do projeto. "Hoje, há unidades que não entraram no programa por restrição orçamentária, mas que estão na expectativa de receber o Pronto. Nosso replicador e arquitetura permitem que se faça um modelo de regionalização da arquitetura. É possível também que municípios troquem informações sobre o paciente", reiterou Mattos. Para expandir o processo de implantação na rede em todos os postos de saúde e ambulatórios será preciso ampliar os recursos disponíveis, obter certificação do sistema e um licenciamento de tecnologia, além de estabelecer novas parcerias para obtenção do software. "O poder público está desenvolvendo uma tecnologia para que uma empresa privada se interesse em aplicar em grande escala. Para isso é preciso arrecadar recursos para financiar".

O próximo lote de máquinas já foi adquirido para implantação até outubro, mas será lançado um novo edital entre o fim deste ano e início de 2014 a fim de ampliar a tecnologia e servir a todo o município.

Privacidade

Uma questão debatida a respeito da utilização de prontuários unificados é a privacidade das informações do paciente. Mattos explicou que, hoje, o prontuário de papel é praticamente público e a cultura criada é de que isso é normal. "Mas estabelecemos restrições às informações do prontuário, o que gera impasse no setor. Infelizmente, não há solução para isso. São os conselhos de classe que estabelecem as informações que podem ser abertas. Tem que haver uma regulamentação, porém o conceito de prontuário eletrônico ainda é muito novo", completou.

1 COMENTÁRIO

  1. Esse texto reflete exatamente a lentidão e burocracia brasileira. Além de refletir também o "papo" acadêmico cheio de firulas.
    Existem PENCAS de softwares OPEN SOURCE que podem ser customizados com excelência par atender não só 10 unidades, mas 1000.
    Tudo pronto e mastigadinho na Web. Só não vê quem não quer! Cobram 18.000 reais para licenciar (certificar) empresas para desenvolver esses sistemas. Um ABSURDO!
    E ainda tem que ouvir o "papo" acadêmico novamente dizendo que o grande desafio é colocar Prontuário Eletrônico e Saúde pública na nuvem requer investimento maciço!!! 2 milhões??? Sinceramente… Dá dó!

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