Gestão enxuta, tecnologia de ponta e tarifas de baixo custo. Esse é o tripé que sustenta a operação da GOL Linhas Aéreas Inteligentes, brasileira que entrou para o ranking das companhias aéreas mais eficientes e rentáveis do mercado mundial. Uma operação suportada por serviços de TI totalmente terceirizados quando a empresa ainda estava no papel.
A GOL levantou vôo em janeiro de 2001 e já começou a operar com outsourcing total de TI. "O modelo deu agilidade para companhia que precisa funcionar 24 horas", avalia Wilson Maciel Ramos, vice-presidente de gestão de TI da GOL.
Pela característica do negócio, os sistemas da GOL precisam ser ininterruptos, funcionando sete dias da semana para suportar informações de mais de 500 vôos diários para 50 destinos, seis deles para o exterior. A companhia aérea realiza a cada minuto e meio um pouso ou decolagem em algum ponto da América do Sul, sendo o website Voegol o responsável por quase 80% das vendas de passagens realizadas pela empresa.
Ramos destaca que a GOL trabalha com venda e não com o conceito de reserva de passagens, o que elimina overbook e garante um melhor atendimento aos passageiros.
O outsourcing total da infra-estrutura de TI foi definido em 2000, quando os equipamentos foram instalados dentro de um datacenter, a antiga Dedalus à época. Depois, a empresa mudou para a Optiglobe, que se fundiu com a Proceda para formar a Tivit.
O datacenter se responsabiliza pela administração de aproximadamente 60 máquinas, ainda de propriedade da GOL, e pela oferta, no modelo ASP — Application Service Provider — do sistema de manutenção de aeronaves Amis.
A contratação de soluções prontas e no modelo de software como serviço foi uma opçao da GOL para garantir custos competitivos e maior eficiência. Os sistemas de venda de passagem e check in de passageiros são alugados da Navitaire, companhia americana especializada em tecnologia da informação para companhias aéreas.
Para Ramos, a grande vantagem desta modalidade é que a GOL se beneficia do expertise da Navitaire e das novidades que ela incorpora aos produtos. Ele afirma que a provedora conta com 20 mil clientes espalhados ao redor do mundo e que muitos se espelham na GOL por ser uma companhia arrojada e inovadora.
Outros serviços foram terceirizados para diferentes prestadoras de serviços. O Help desk está com a Unisys; o gerenciamento da rede de telecomunicações com a Telemar; e a alguns links na América do Sul estão com a Sita. A parte de impressão está sob responsabilidade da Ricoh e da CTIS. Os servidores web também estão na Tivit, mas Ramos informa que vão migrar para os Estados Unidos para ganho de performance.
Vantagens do outsourcing
Para Ramos, uma das vantagens da terceirização é que a empresa pode dispensar o desenvolvimento interno. ?Quando a solução é feita em casa, ela tem donos, que são os analistas e que muitas vezes não documentam os projetos. Quando esse profissional vai embora, a empresa perde as informações?. Com o modelo de outsourcing, o parceiro faz este trabalho e entrega para a empresa.
Outro benefício que o executivo vê com o outsourcing é que a companhia não precisa manter profissionais altamente especializados em casa. Como o mercado de TI é muito dinâmico, os analistas precisam constantemente se atualizar sobre novas versões e sistemas de segurança, o que segundo Ramos, custa muito caro para as empresas.
Os custos de TI também passam a ser mais controlados. O executivo explica que o modelo de outsourcing implantado pela GOL é simples e traz agilidade para os negócios. Trabalhar com vários fornecedores não é complicado. De tempos em tempos, a companhia avalia os contratos e faz novas concorrências para atingir as suas metas de redução de custos.
Com esse modelo e a sua gestão moderna de administração, a GOL fechou 2005 com lucro líquido recorde de R$ 513,2 milhões e cresceu 33,4% em relação ao ano anterior. A companhia já transportou mais de 41 milhões de passageiros, dos quais 4,1 milhões voaram pela primeira vez em suas vidas.
Em abril deste ano, a empresa atingiu 33,34% de participação no mercado doméstico, segundo índices divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Sua frota, que no início da operação era de seis aeronaves, chegou em abril de 2006 a 47 Boeing da família 737. A expectativa da empresa é fechar o ano com 58 aviões. A empresa emprega cerca de seis mil profissionais.
É muito gratificante ver uma empresa brasileira com tamanho desenvolvimento em tecnologia, proporcionando empregos e alavancando a economia brasileira.