Mais de 60% dos brasileiros se sentiriam mal se as empresas usassem suas informações pessoais para fins comerciais, e 50% mudariam seu comportamento se soubessem que as companhias usaram tais informações para esse fim.
Por outro lado, quase 60% dos consumidores brasileiros permitiriam às empresas o uso de suas informações pessoais, desde que o objetivo fosse melhorar os serviços atuais, desenvolver novos serviços ou personalizar uma oferta para eles.
Os dados são do estudo Informações Econômicas Pessoais desenvolvido pelo ConsumerLab, da Ericsson, após entrevistar 23 mil pessoas de 15 a 69 anos em 15 países.
Os achados da pesquisa apontam desconforto entre os brasileiros sobretudo por não terem qualquer controle sobre eventual compartilhamento de suas informações online.
Entre os temas que suscitam maior preocupação destacam-se os relacionados com registros médicos, salário e arquivos armazenados.
Na avaliação de Julia Casagrande, analista do ConsumerLab da Ericsson para América Latina e Caribe, o estudo mostra que empresas e organizações precisam ser muito cuidadosos a respeito de como planejar suas ofertas, ainda que consumidores queiram produtos e serviços personalizados.
"As empresas precisam utilizar as informações individuais de cada consumidor de acordo com as práticas estabelecidas pelos clientes", diz.
No âmbito global, a pesquisa constatou que mais de 50% dos consumidores estão cientes de que suas informações pessoais são coletadas com propósito comercial, mas para a maioria não há clareza sobre o que é utilizado, muito menos como ou as razões para isso.