A complexidade dos modelos de negócios de cloud

1

Já vimos isso diversas vezes no mercado de tecnologia, não é uma questão apenas das soluções de cloud computing. As tecnologias surgem para aumentar eficiência e gerar mais produtividade, mas do lado comercial nem tudo é tão simples assim, pelo contrário. Os modelos de negócio, embora tornem viáveis a adoção tecnológica, estão cada vez mais complexos e confusos aos olhos dos clientes desses serviços.

Com a crescente demanda por infraestrutura em cloud, os gestores de TI das empresas têm enfrentando duas grandes dificuldades: prever e controlar gastos com os recursos de nuvem. Mas por que isso está acontecendo?

Bom, podem existir vários fatores e diferentes pontos de vista, mas o "remédio pode estar virando veneno". Isso em relação aos chamados modelos Pay per Use,que é uma variação do modelo As a Service.

Para deixar claro, o modelo As a Service de forma bem simples e direta é contratar a solução de TI como um serviço mensal sem a necessidade de aquisição de nenhum tipo de ativo. Grosso modo, o prestador de serviço fica responsável pelo capex e oferece a solução como opex para o cliente final. Pois bem, mas sobre esse modelo vieram as variações de cobrança pelo uso (Pay per Use), que na teoria são mais justos, pois como o nome diz você só paga pelo que efetivamente usou. Porém, isso tem gerado uma complexidade de controle, gestão e faturamento, tanto pelos provedores como pelos clientes.

O serviço de computação em nuvem (Cloud) começou a ser cobrado em função da quantidade de recursos contratados, mas hoje muitos modelos cobram pelo tempo efetivo de utilização desses recursos e já há até modelos que abstraem a infra contratada e cobram pelo processamento em si – ou seja, o cliente paga pelo serviço de processamento das suas aplicações, independente da infra necessária para tal, ficando isso a cargo do provedor de serviço. Embora esse modelo ainda não esteja maduro no mercado, é um forte indicativo de que vem aí mais conveniência por um lado, mas maior imprevisibilidade do outro.

Não há defesa aqui para que tudo vire um valor só por mês e ponto final. Contudo, se colocados na mesa não só os insumos básicos de infra (como processador, memória e disco), mas todo o cardápio de funcionalidades – tais como banco de dados, recursos de inteligência artificial, machine learning, APIs, algoritmos, e outros – se cria um cenário onde é impossível o gestor de TI ter o devido controle e previsibilidade dos gastos nas plataformas de cloud.

E qual a solução?

Em primeiro lugar, os provedores de cloud computing precisam fazer um movimento de simplificação dos seus modelos de negócio. Isso vai facilitar a vida de todos e acelerar ainda mais a adoção de modelo de cloud para as empresas. Enquanto isso, há algumas alternativas interessantes, como o modelo de cloud privada, que é um bom caminho quando se tem volume para tal. Quando não aplicável, a empresa vai precisar fazer uma gestão ativa dos recursos contratados, de forma direta ou via terceiros. Já existe no mercado oferta de serviços de consultoria e gerência da infra de cloud, onde toda gestão dos recursos, performance operacional e controle de gastos são geridos por uma equipe especializada.

A tendência é justamente o crescimento da demanda por esse tipo de gerência, onde as empresas vão focar cada vez mais nas suas aplicações e decisões de negócio, deixando a gestão da infra de cloud nas mãos de especialistas. Hoje a discussão é cada vez menos sobre a tecnologia e mais sobre o negócio, pois essa é a verdadeira essência do modelo "As a Service", onde o cliente contrata um serviço completo para que a TI seja de fato um facilitador, fazendo com que a empresa só se preocupe com o que realmente importa: o seu negócio!

Leonardo Menezes, gestor de Produtos e Ofertas TI.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.