China deve ultrapassar EUA se tornar o maior mercado do mundo em vendas de celulares

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A disputa pela telefonia móvel global deverá cada vez mais se deslocar para a Ásia. O último relatório de uma pesquisa realizada pela Strategy Analytics, divulgado nesta quarta-feira, 28, aponta que a China ultrapassará os EUA e se tornará o maior mercado de telefonia móvel do mundo em receita neste ano. De acordo com o levantamento, as vendas de celulares na China devem crescer 15% no ano, totalizando 430 milhões de unidades comercializadas. A consultoria diz que esse crescimento será impulsionado pela rápida migração das redes 3G do país para a tecnologia 4G, gerando um aumento de 53% das vendas no varejo e atacado, cuja previsão de receita é de US$ 87 bilhões no ano.

Em contrapartida, as vendas de celulares nos EUA irão se estabilizar em 163 milhões de unidades, com aumento da receita de apenas 4%, para US$ 60 bilhões, aponta a Strategy Analytics.

No ano passado, os dois países registraram receita quase idêntica, de cerca de US$ 57 bilhões, o que reflete uma grande diferença de desempenho dos mercados. No geral, a consultoria projeta que a receita com dispositivos móveis crescerá 13% no mundo neste ano.

As principais marcas asiáticas, como Samsung, Huawei e Lenovo, estão expandindo seus canais de distribuição e linhas de produtos para atender a forte demanda dos consumidores em toda a região, e principalmente dos chineses que procuram por celulares mais avançados, afirma o relatório. O estudo aponta, ainda, que o crescimento da receita tem sido impulsionado por uma queda no mercado de aparelhos de baixo preço e um aumento de outros segmentos de maior preço.

No entanto, o instituto de pesquisas adverte que, em termos de lucro, os EUA continuarão sendo de longe o número 1 do mundo. "Os preços médios de venda elevados dos telefones celulares no mercado americano e os enormes subsídios fornecidos por operadoras como a Sprint e outras contribuirão para que o mercado dos EUA continue muito rentável para as grandes marcas de dispositivos, tais como Apple, Samsung e Alcatel", diz o analista da Strategy Analytics, Neil Mawston.

Ele observa, porém, que o curso do mercado segue claramente na direção das regiões em desenvolvimento, incluindo a Ásia. Como a penetração de smartphones satura em mercados maduros, Mawston diz que as economias emergentes continuam a ser o motor do crescimento. "Brasil, Rússia, Índia e China estão crescendo a taxas bem acima da média global", diz a Strategy Analytics, apontando esses países como responsáveis por mais de um terço da receita mundial de celulares neste ano.

Analistas observam que, além das vendas de aparelhos de marca, potencial de preço no varejo da China é enorme, e uma ameaça à supremacia dos EUA. O analista da Bernstein Securities, Chris Lane, diz que a precificação dos serviços de dados na China é atualmente maior do que nos EUA, e o avanço da tecnologia 4G e a evolução da comunicação sem fio rapidamente para a transmissão de streaming de vídeo adicionarão "enorme" capacidade de dados incrementais no mercado de telecomunicações chinês.

Segundo Lane, o mercado de telecomunicações mais liberalizado na China também acelerou a implantação de serviços de maior velocidade mais rapidamente. No início deste mês, a China Mobile, maior operadora do mundo de telefonia móvel em número de assinantes, disse que planeja cortar os preços de seus novos serviços móveis em até 50%, como parte do seu mais recente esforço para afastar a crescente concorrência de rivais menores como a China Unicom e China Telecom. "Espera-se que [a oferta] vá estimular a migração para 4G ", acrescentou.

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