A demora do governo brasileiro em conceder visto para profissionais indianos atrasou o início das operações do centro de desenvolvimento de global, que o HSBC está instalando em Curitiba. A fábrica de software brasileira é a terceira implantada pela instituição financeira para atender o mercado de offshore.
As outras duas funcionam na Índia e China. Para colocar o projeto em ação, o banco decidiu fazer um intercâmbio entre especialistas do Brasil e Índia, para transferência de know-how.
Cinco brasileiros já foram para Índia aprender com os profissionais de lá. Mas o inverso ainda não aconteceu. Jacques Depocas, CEO do HSBC Software Development Brasil, informa que enquanto o visto dos brasileiros saiu em dois dias, o dos indianos leva três meses. Esse processo está retardando a operação de offshore da fábrica do País.
O executivo explica que a idéia é que os profissionais fiquem de três a quatro meses em cada país para troca de conhecimento. Só que enquanto os especialistas indianos não chegarem no Brasil a operação não começa.
A previsão inicial do HSBC era de que o centro de desenvolvimento de Curitiba entraria em operação no mês de junho. Com o atraso da chegada dos indianos e mais a dificuldade em contratar profissionais com domínio do inglês, a fábrica deverá começar a funcionar em agosto.
Até o momento foram contratados apenas 15 profissionais e Depocas não sabe se o centro conseguirá cumprir a meta de chegar em 2009 ou 2010 com 2 mil pessoas.
O centro de desenvolvimento do Brasil tem o objetivo de ser o segundo maior depois da Índia, que conta com cerca de 3 mil profissionais, enquanto o da China emprega 1,3 mil pessoas.
O HSBC busca talentos para atender clientes dos Estados Unidos e Canadá. Para recrutar esses especialistas, a instituição financeira fechou convênio Universidade da Indústria (Unindus) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ambos do Paraná.
Com essa parceria, Depocas espera contratar entre 50 a 70 profissionais para a fábrica de software até o final deste ano.
O HCBC está investindo R$ 12 milhões na implantação de um desenvolvimento global de software no País. O Brasil que ganhou o projeto depois de uma disputa acirrada com o México.
Vários fatores ajudaram a eleger o Brasil para o empreendimento. Um deles é o custo da mão-de-obra local, que é mais baixo que a do Canadá e dos EUA, países que os brasileiros vão atender.
O banco também levou em consideração o talento dos brasileiros no desenvolvimento de aplicações para o setor financeiro e a vantagem do fuso horário, com duas horas a menos que os EUA e quatro do Candá.